ABSOLUTISMO FRANCÊS
ERIKA MORAES ROSA DE CARVALHO[1]
PALAVRAS-CHAVE: França – Absolutismo Francês – Guerra dos Cem Anos – Luis XIV
INTRODUÇÃO:
Este artigo pretende comentar brevemente sobre a história do Absolutismo Francês, comentando inicialmente sobre sua divisão territorial, as 3 dinastias do posterior ao período da divisão (Capetinja, Valois e Bourbons), a Guerra dos Cem Anos, a Guerra dos 3 Henriques, Luís XIV e o fim da monarquia francesa.
ABSOLUTISMO FRANCÊS
A França, geograficamente como conhecemos, iniciou-se territorialmente após a morte de Carlos Magno (747-814), onde seus 3 netos, através do Tratado de Verdum, dividem o império franco em três partes:
Carlos “o calvo” recebe a parte Ocidental (atual França); Luís “o germânico” recebe a parte Oriental (atual Alemanha); Lotário recebe o centro da Italia até a Frisia (atual Itália);
Figura 1. Divisão Territorial feita pelo Tratado de Verdum
(FONTE: WIKIPEDIA, 2011)
Posterior a divisão do Reino Franco, a França continua sendo governada pela dinastia Carolingia (751-987), até que, em 987, por falta de herdeiros de Luís V, Hugo Capeto torna-se rei (987-996), iniciando a dinastia Capetinja.
No final do governo dos Capetos, cuja seu ultimo rei fora Carlos IV, a França se tornou a potência demográfica da época, com uma produção agrícola capaz de sustentar sua população, após a morte de Carlos IV, Felipe III assume o trono Francês, o que não foi aceito pelo Rei Inglês, Eduardo III que se achava por direito herdeiro do trono Francês por ser filho de Isabel (da França) e sobrinho de Carlos IV.
Por este motivo, a partir de 1337, inicia-se uma guerra entre França e Inglaterra, conhecida como a “Guerra dos Cem Anos”.
Na óptica que nos propomos, o grande legado dessa longa ordália que foi a Guerra dos Cem Anos consistiu no seu contributo definitivo para a emancipação fiscal e militar da monarquia em relação às limitações da anterior organização medieval. Com efeito, só foi possível vencer a guerra mediante o abandono do sistema senhorial do ban no serviço dos cavaleiros [...] e a criação de um exército regular de carreira. (PERRY ANDERSON[2], 1984 – p.97)
Durante o governo de Carlos VI em 1420, com uma tentativa de finalizar a guerra dos cem anos pacificamente, foi assinado um tratado de paz entre França e Inglaterra entre reis (Carlos VI da França e Henrique V da Inglaterra), onde deserdaria o futuro rei Carlos VII após a morte de Carlos VI, e quem sucederia o trono seria Henrique V da Inglaterra, no acordo também foi negociado o casamento de Henrique V com a princesa Catarina de Valois. Porém de nada valeu o Tratado de Troyes, pois os franceses não reconheciam Henrique V como rei, Carlos VII declarou-se rei e a guerra dos cem anos continuou até 1453.
Em 1574, após a morte de Carlos IX, ocorre uma disputa entre Henrique de Guinse, Henrique de Navarra e Henrique III (irmão de Carlos IX), conhecida como a “Guerra dos 3 Henriques”.
Henrique III é declarado rei, mas durante a Guerra dos 3 Henriques, ele mata Henrique de Guinse e é assassinado.
Com isso Henrique de Navarra, torna-se rei, iniciando a dinastia dos Bourbons, porém, por ser protestante, a maior parte do povo não o aceitaria como rei, então em 1593 renuncia ao protestantismo e declara-se católico com a frase “Paris vaut bien une messe” (“Paris vale bem uma missa”).
Porém foi somente em 1661 quando Luís XIV (“o Rei Sol”) assumiu realmente o Estado Francês, que foi consumado o Absolutismo Francês.
Uma vez reunidas num único governante a autoridade e a capacidade executiva, todo o potencial político do absolutismo francês se realizou rapidamente. Os Parlaments foram silenciados, anulada sua exigência de apresentar objecções aos éditos reais antes do registro (1673). As outras cortes foram reduzidas à obediência. As Cortes provinciais deixaram de poder discutir e resgatar impostos: a monarquia ditou requerimentos fiscais precisos, que elas se viram compelidas a aceitar. (id. ibid. 113) (grifos do autor)
Em seu reinado, Luis XIV, criou uma policia para manter a ordem e reprimir motins, aumentou o numero de soldados do exercito de 30 a 50 mil homens para 300 mil homens, que significava o fim da nobreza nas batalhas e definitivamente a entrada dos mercenários.
A participação em guerras arruinou as despesas públicas, os impostos foram aumentados e muitos franceses abandonaram o país, o que diminuiu a arrecadação. “A inflação, a fome e a sub-população fustigavam os campos.” (id. ibid. 118)
A crise francesa, prosseguiu durante o governo de Luis XV e Luis XVI onde em uma colaboração a Independência dos Estados Unidos, a França iria vingar-se da Inglaterra.
[...] consistiu essencialmente numa operação de saque que não lhe trouxe ganhos positivos. Na verdade, foram as despesas da intervenção Bourbon na Guerra da Independência da America que forçaram no plano interno, a crise fiscal última do absolutismo francês. Em 1788, a divida publica era tão grande [...] e o déficit orçamental tão agravado que os últimos ministros de Luis XIV [...] resolveram lançar um imposto predial sobre a nobreza e o clero. [...] A crise fiscal que serviu de detonador a revolução de 1789 foi suscitada pela sua incapacidade jurídica em lançar impostos sobre a classe que representava. (id. ibid. PP. 126-127)
Que por fim causou a queda do Estado e da nobreza. Luis XVI sua esposa Maria Antonieta de Áustria e seus filhos foram detidos pelos revolucionários e guilhotinados.
REFERÊNCIAS
ANDERSON, P. França. In: Linhagens do Estado Absolutista – Porto: Afrontamento, 1984.
ANGELO, V. A. de. Absolutismo na França. Disponível em: http://educacao.uol.com.br/historia/absolutismo-na-franca-formacao-do-estado-nacional-frances.jhtm - Acesso em: 22 de abr. 2011
SOUSA, R. Absolutismo Francês. Disponível em: http://www.brasilescola.com/historiag/absolutismo-frances.htm. - Acesso em: 22 de abr. 2011
Absolutismo Francês. Disponível em: http://www.historiadomundo.com.br/idade-moderna/absolutismo-frances.htm. Acesso em: 22 de abr. 2011
Guerra dos Cem Anos. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_dos_cem_anos. - Data de acesso : 20 de abr. 2011
Guerra dos Três Henriques. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_dos_3_Henriques. - Acesso em: 20 de abr. 2011
Henrique IV de França. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Henrique_IV_de_Fran%C3%A7a. - Data de acesso : 20 de abr. 2011
Hugo Capeto. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Hugo_capeto. - Data de acesso : 20 de abr. 2011
Tratado de Troyes Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Tratado_de_Troyes - Data de acesso : 20 de abr. 2011
Tratado de Verdum. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Tratado_de_verdum. Data de acesso : 20 de abr. 2011
Dinastia Capetinja
Nome | Início do Reinado | Fim do Reinado | Apelido |
Hugo I | 987 | 996 | Capeto |
Roberto II | 996 | 1031 | O Sábio |
Henrique I | 1031 | 1060 | |
Felipe I | 1060 | 1108 | |
Luís VI | 1108 | 1137 | O Gordo |
Luís VII | 1137 | 1180 | O Jovem |
Felipe II | 1180 | 1223 | A dádiva de Deus |
Luís VIII | 1223 | 1226 | O Leão |
Luís IX | 1226 | 1270 | São Luís |
Felipe III | 1270 | 1285 | O Bravo, o Ousado |
Felipe IV | 1285 | 1314 | O Belo |
Luís X | 1314 | 1316 | O Teimoso |
João I | 1316 | 1316 | O Póstumo |
Felipe V | 1316 | 1322 | O Alto |
Carlos IV | 1322 | 1328 | O Belo |
Dinastia Valois
Nome | Início do Reinado | Fim do Reinado | Apelido |
Felipe VI | 1328 | 1350 | O Afortunado |
João II | 1350 | 1364 | O Bom |
Carlos V | 1364 | 1380 | O Sábio |
Carlos VI | 1380 | 1422 | O Louco |
Carlos VII | 1422 | 1461 | O Vitorioso |
Luís XI | 1461 | 1483 | O Prudente |
Carlos VIII | 1483 | 1498 | O Afável |
Luís XII | 1498 | 1515 | O Pai do Povo |
Francisco I | 1515 | 1547 | O Restaurador das Letras |
Henrique II | 1547 | 1559 | |
Francisco II | 1559 | 1560 | |
Carlos IX | 1560 | 1574 | |
Henrique III | 1574 | 1589 | |
Dinastia dos Bourbons
Nome | Início do Reinado | Fim do Reinado | Apelido |
Henrique IV | 1589 | 1610 | O Grande |
Luis XIII | 1610 | 1643 | O Justo |
Luís XIV | 1643 | 1715 | O Rei-Sol |
Luís XV | 1715 | 1774 | O Bem Amado |
Luís XVI | 1774 | 1793 | |
Luís XVII | 1793 | 1795 | |
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