domingo, 25 de setembro de 2011

Fichamento: A Crise Geral - Perry Anderson

ANDERSON, P. A Crise Geral. In: Passagens da Antiguidade ao Feudalismo – São Paulo, SP: Brasiliense, 1987.
Introdução: Fichamento sobre o capitulo “A Crise Geral” do livro Passagens da Antiguidade ao Feudalismo de Perry Anderson, do qual este capítulo retrata a crise no sistema feudal.
Autoria: Erika Moraes Rosa de Carvalho - fevereiro/2011
            Durante o período feudal, com o crescimento da população, o enfraquecimento do solo produtivo (deteriorado por causa da pressa em colheita, derrubada de florestas não acompanhadas com cuidado e mau aproveitamento do solo) e a diversificação da economia feudal européia juntamente com o comércio internacional, levaram o sistema feudal a uma crise.
            “[...] 1315-1316 foram anos de fome na Europa.” (p.193)
            Com a fome, as terras começam a ser abandonadas, o índice de nascimento diminui, o arrendamento de terras para os camponeses decaia, a extração de minério deixou de ser rentável, ocorrendo uma escassez de dinheiro que afetou o sistema bancário e comercial. Com isso o preço dos cereais caiu (por volta de 1320) e os bens de luxo, produzidos para a elite subiram, afetando drasticamente os nobres.
[...] um declínio nos rendimentos senhoriais, [...] liberou uma onda de lutas sem precedentes enquanto os cavaleiros tentavam recuperar suas fortunas em todos os cantos com pilhagens. [...] numa época de escassez produziu o fenômeno de bandidismo desorganizado e anárquico entre os senhores feudais [...] (p.194)
            Guerras e divisões da nobreza abalaram a Europa, o que acabou transformando a guerra (que antes era vocação da nobreza) em um serviço rentável para mercenários.
            Durante este período também ocorre a invasão da peste negra (em 1348), “Com a resistência demográfica já enfraquecida, a Peste Negra cortou uma faixa da população talvez em torno de um quarto dos habitantes do continente.” (p.195)
            Juntando a praga e os impostos exorbitantes, desencadeiam uma luta de classes pela terra.
A classe nobre, ameaçada pelas dividas e pela inflação, agora confrontava-se com uma força de trabalho dizimada e descontente. Sua reação imediata foi tentar recuperar o excedente prendendo o campesinato às terras senhoriais ou baixando os salários na cidade e no campo. O Estatuto dos Trabalhadores decretado na Inglaterra em 1349-1351, logo depois da Peste Negra, esta entre os programas mais glacialmente explícitos de exploração em toda a história européia da luta de classes. (p. 195)
            Após tentar condicionar a classe produtora a arcar com os custos da crise, o Estado encontrou resistência violenta e desenfreada, exemplos disso são: em 1358 no norte da França com a Grande Jacquerie, em 1381 a Revolta Camponesa na Inglaterra...
[...] a figura característica de uma crise num modo de produção não é aquela em que vigorosas forças (econômicas) de produção explodem triunfantes através de relações (sociais) retrogradas e prontamente estabelecem uma produtividade mais alta e uma sociedade sob ruínas. [...] as forças de produção tendem habitualmente a paralisar e recuar no quadro das relações de produção existentes [...] (p.197)
            Com todos os acontecimentos de revoltas do campesinato, os salários começaram a subir, não só melhorando a situação salarial como também os emancipando, e também tornando “[...]o ponto decisivo na dissolução da servidão no Ocidente”. (p.198)

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